Já conhecemos cada buraco das estradas de terra.
Já sabemos onde estão os cachorros que ladram, mas não mordem. Os grandes, os miniaturas. E também aqueles que não dá para confiar de jeito nenhum.
Nossas panturrilhas já decoraram bem as subidas mais íngremes.
As narinas já se acostumaram com a poeira.
O rosto já conhece o prazer do vento.
Os pés já estão bem calejados.
Até as sombras generosas já sabemos onde estão.
Bicas d'água, placas de km, porteiras, encruzilhadas, pontes, lombadas, trevos, tudo isso vai fazendo parte da conversa, vai virando referência.
Já nem dá mais para imaginar quantas voltas demos.
Até o povo já se acostumou com o colorido que de repente toma conta da paisagem.
Os tênis já amaciaram além da conta.
E assim vamos.
Correndo.
Suando, bronzeando, queimando, gostando, cansando.
As medalhas já transbordam nas caixas.
As meias já furaram.
As curucacas, as vacas, a garça do laguinho, os pardais, tucanos e canários já viraram conhecidos.
Ganhando as ruas, as pistas, estradas, trilhas, subidas, descidas.
No sol, na chuva, de manhãzinha, a tardinha, sozinho, em grupos, com os amigos.
No trote, na rodagem, na caminhada, no longão, nos tiros, nas provas.
Competindo, participando, perdendo, ganhando.
E assim vamos, ... correndo...
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